quarta-feira, 26 de junho de 2013

Leaozinho

E essa nossa diferença de cinco horas
fez meu dia perder 10.
Começa quando eu acordo
e termina quando você dorme.

E eu passo as outras 14 horas
tentando encontrar a realidade.

domingo, 16 de junho de 2013



Tive um vizinho que gritava com a namorada ao telefone, sem se importar que o prédio inteiro ouvisse:

 “Não sei o que fazer! Fico mal contigo e fico mal sentigo!”.

 Sempre achei essa situação desoladora, e nem estou falando do português do sujeito.

 É duro ter apenas duas alternativas (ficar ou ir embora)

e ambas serem terríveis.


— Martha Medeiros. (via romuloassis)

domingo, 9 de junho de 2013

Aquela foto.


Eu joguei a nossa foto numa pasta qualquer. Dentro de outra pasta. Dentro de outra. Para que toda vez que eu abrisse "Imagens", eu não visse a miniatura. E assim, a ferida nunca cicatrizasse.


Mas eu sabia que ela estava lá, em algum lugar. Mas estaria lá. Caso você voltasse. Caso a gente se acertasse. Caso a gente começasse a montar uma nova pasta de fotos só nossa,  eu iria querer ter a  primeira. Pra que ela contasse o começo da nossa história.

Hoje eu achei essa foto.

A nossa primeira foto. A nossa única. E deletei.

 Não por ela ser a unica, sem importância, de um caso que não passou disso. Não foi pra apagar as noites que bebemos e dançamos juntos. Não foi pra esquecer você dizendo que queria ser o meu namorado. Não foi pra esquecer você pedindo pra eu não te abandonar. Não foi pra esquecer você me contar sobre o seu chefe, sobre o dia que bateram no seu carro, sobre ela, sobre como você bateu as asas e voou pra longe do ninho. 

Apaguei porque, se algum dia, nosso caso virar uma história, nós tiraremos outras. E essas sim, serão as importantes. 

E apagar essa me fez ter vontade de apagar outras. Mas eu não consegui. Três anos e eu ainda não consigo apagar aquelas fotos.

Não porque eu tenho esperanças que elas sejam as primeiras, de uma historia que ainda pode continuar. Não serão. Elas já contam nosso começo, nosso meio e nosso fim. Não apaguei por lutar contra a marcha inevitável do esquecimento. Eu já esqueci. 

Não apaguei porque quando eu olho pra elas, eu me apaixono de novo.



Por mim.