Eu estava bem com ele. A gente tinha saído umas poucas vezes, conversado bastante, eu já estava achando ele bacana e coisa e tal. Eu não estava querendo nada sério com ele nem com ninguém, nem ele comigo, então, tava tudo certo. A gente ia se distraindo enquanto nao achava quem nos atraísse.
E foi aí que aconteceu.
Numa dessas eu conheci um amigo dele. Nada de muito especial, nao era bonito, nem simpático, nem extrovertido, nada. Mas, sentada no outro lado da mesa, quando ele deu o primeiro sorriso e olhou pra baixo, timido, eu respirei fundo, mexi o palitinho da caipvodka, olhei pros lados, fingi rir de qualquer coisa.
Agora, quando a gente encontra de vez enquanto, ele sorri, me chama pelo nome, dá dois beijinhos....
E eu morro de vontade de morder ele.
Mas ai, tem uma mão - que nao é a dele - entrelaçada na minha, um rosto sorridente - que nao é o dele - olhando pra mim. Na boca, o gosto agridoce das coisas proibidas...
E entao, eu me sinto viva.
Dá o seu gosto de desejo
Dá o seu beijo despojado
Seus pensamentos mais intensos
O seu rosto de pecado